Da série: pensam que eu sou idiota...

Pois é, o Blog ainda existe.

Este que vos escreve só regressou porque, com o perdão da palavra, está puto. Há pouco mais de uma semana tivemos a versão brazuca de “Tiros em Collumbine”. Aliás, a continuação da saga dos covardes dementes foi muito mais emocionante, dessa vez o surtado estava sozinho, cheio de speed loaders no peito no melhor estilo Rambo/Nerd/Leitecompêra  e dois revólveres! Hollywood total.

Crianças baleadas correndo pelas ruas, policial herói que entrou na escola mandando bala no safado (só acertou a perna, mas beleza)... enfim, um verdadeiro show de horrores. O mais chato é que o aprendiz de Muhamed – sem preconceitos quanto ao Islã, ao contrário do que muitos pensam a religião não prega  nenhuma dessas atrocidades que vemos por aí, mas não tenho culpa que tá cheio de terrorista com esse nome -  já entrou sabendo que não ia sair vivo; dá raiva né? O moleque ia passar um perrengue na cadeia depois do que aprontou...

É, é, tudo muito triste, tudo muito  trágico, também não achei nada bonito, mas não é por isso que eu “tô”puto não. O que me fez tirar a bunda da cadeira (Haha, pra quem esperava a piadinha “mas você continua com a bunda na cadeira enquanto escreve aí!” dançou, não estou sentado. Sei que é estranho mas é o que tem pra hoje.), voltando, o que me fez tirar a teia de aranha do Blog e escrever a postagem de hoje foi outra coisa: Nossos digníssimos políticos, em função da tragédia em Realengo, resolveram recomeçar com a campanha “Sou da paz, se você usa armas não te quero mais/pombinha com a mão e o caralho a 4”. Inclusive o Sarney está com a ideia de refazer a porcaria do plebiscito pra saber se a população brasileira quer proibir a venda de armas.

Esse pessoal acha que a população brasileira é idiota ou esqueceram o significado da palavra democracia? Faz pouquíssimo tempo que a grande maioria respondeu que é contra o desarmamento, aí o cara vem e quer perguntar de novo? Democracia é isso, não gostou do resultado, senta e chupa o dedo.

Era de se esperar que viria alguma bobagem pela frente em função da tragédia no Rio, o Brasil é marcado por episódios como esse, acontece alguma coisa ruim, todo mundo fica chocado e tenta resolver uma situação extremamente complicada no dia seguinte. Tentativas de solução feitas às pressas sempre resultam em uma grande porcaria.

E olha o tamanho da porcaria, enquanto a violência aumenta, nossos políticos, mais uma vez, pensam em desarmar o cidadão de bem. Típica política para aparecer, porque as armas do crime, definitivamente, não vem das nossas casas. Falta muita informação para a população, mesmo a venda de armas sendo “liberada” no país, ela é extremamente burocrática, lenta e principalmente cara, muito cara.

É dificílimo conseguir comprar uma arma legalmente, tudo é complicado, lento, cheio de taxas a serem pagas e renovadas e renovadas... sem contar que uma arma sozinha não faz nada, é preciso munição e uma simples bala de um revólver calibre 38 (os mesmos usados pelo doidinho lá de cima) custa de 4 a 5 reais. E são baratas, alguns calibres chegam a custar quase 10 reais CADA bala. Além disso, não é recomendável ter munição guardada por mais de 6 meses. Com toda essa trabalheira, é evidente que nenhum cidadão possui um arsenal em casa, não é das nossas casas que os bandidos conseguem suas armas. Enquanto eu espero meu revólver ser enviado e liberado os caras já compraram vários AR-15 direto no quartel. Pagamento em cash e armas à pronta entrega.

É aí que mora o problema, mas aí é complicado de mexer né? Se uma lei proíbe a venda de armas no Brasil, eu, carinha do bem, não compro mais arma nenhuma e fico desprotegido, mas já existe uma lei que proíbe o exército brasileiro de vender lança mísseis e tanques Panzer para traficantes, mas nesse caso só a lei não funciona. Acho que deu pra entender onde eu quero chegar.

Tirei meu título de eleitor apenas para votar Não ao desarmamento, se preciso for, voto outra vez. Só sei que meu revólver (comprado legal, lenta e muy onerosamente) continua no meu quarto. Nunca se sabe quando vai aparecer o próximo projeto de terrorista e quando ele aparecer, na falta de um argumento para desestimula-lo, tenho seis dentro do tambor.